A questão da afetividade tem sido bastante discutida por
professores, pais e educadores em que é percebida a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem. Mas o que é afetividade?

Segundo Ferreira (1999, p. 62) afetividade significa:

Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

Uma educação entre professores e alunos que não aborde a emoção na sala de aula como a afetividade traz prejuízos para a ação pedagógica, pois podem atingir não só o professor, mas também o aluno. E se o professor não souber lidar com crises emocionais isso poderá provocar desgastes físico e psicológico.

Para fazermos essa relação da afetividade com o processo de ensino e aprendizagem, vamos falar sobre o desenvolvimento da criança através da interação infantil, pois o professor competente poderá organizar uma ação adequada para as reais necessidades dos seus alunos.

Interação Infantil

A Psicologia do Desenvolvimento focaliza o estudo científico de como as pessoas mudam, e também de como ficam iguais, desde a concepção até a morte. Essas mudanças são óbvias na infância, mas ocorrem durante toda a vida. A fase da infância é tomada de perspectivas e de experiência vivida.

O estudo sobre a infância pode ser analisado e estudado por diversas áreas (Psicologia, Pedagogia, Pediatria, Fonoaudiologia, sociologia etc.), ao longo do tempo tem sido estudado o lugar social que a criança ocupa em relação à outra criança, podendo revelar transformações e orientações necessárias para a compreensão de ser reconhecida, e é através da educação que a criança se transforma em adultos responsáveis.

Através de novos vínculos sociais, a criança passa a se interagir com novos padrões de comportamento, conteúdos e valores sociais. Esse conhecimento de mundo ocorre do real para o mental. Segundo (WALLON apud ALMEIDA, 1993, p. 14):

O desenvolvimento da inteligência, em grande parte, é função do meio social. Para que ele possa transportar o nível da experiência ou da invenção imediata e concreta, tornam-se necessários os instrumentos de origem social, como a linguagem e os diferentes sistemas de símbolos surgido desse meio.

Se essa interação for desestruturada, abalará o comportamento infantil. Um exemplo disso é o índice de violência que tem aumentado em nossa sociedade, fazendo com que através da tecnologia apreciada pelas crianças surgem novas formas de violência até mesmo dentro da própria escola.

A maior preocupação não é como a criança se socializa, mas como a sociedade socializa a criança. A concepção moderna de infância é contraditória. Muitas vezes a criança é vista como ser puro e inocente, sem maldade, que precisa ser protegido. Outras vezes a criança é vista como um ser de más qualidades, que precisa ser domado para ser útil à sociedade.

O potencial da criança torna-se criativo e expressivo quando ela cria a linguagem e atualiza culturalmente seus conhecimentos, através da educação familiar ela vive um mundo de verdades e mentiras, pois os pais lhe escondem certas realidades, com isso ela vive de sonhos e fantasias. A aquisição da linguagem é, portanto um salto qualitativo na evolução do pensamento infantil. Segundo Almeida (1999, p. 57):

[..] a criança apropia-se dos bens culturais e, provavelmente, ingressa como elemento do meio social na medida em que domina os instrumentos de origem social, pois a linguagem e os diversos sistemas de símbolos possibilitam ultrapassar o nível da experiência ou da invenção imediata e concreta.

Isso faz com que os adultos e as crianças não se misturam: os pais com seus compromissos profissionais deixam suas crianças com as babás, televisão, vídeo-games, preenchem a agenda dos filhos para que eles não sintam falta dos pais ausentes, a ausência de diálogo faz com que, às vezes as crianças cresçam rejeitadas, desobedientes e agressivas.

Na nossa sociedade familiar as crianças possuem: Habilidades específicas, pois a capacidade de aprendizagem é limitada, ou seja, aprendem algumas coisas e outras não; pouca oportunidade de participação no cotidiano, pois desconhecem o trabalho dos pais; distanciamento do mundo adulto proporcionado um mundo próprio. Através dessa exclusão social, a criança reflete a sua emoção na sala de aula, seja ela alegria, cólera ou medo.

Assim o diálogo dos pais com as crianças muitas vezes depende do diálogo do adulto com o seu passado, na sua infância, mas é muito importante saber ouvir os filhos. Segundo Tiba (2002,p. 185): “Quando a criança sabe que poderá contar tudo aos pais sente-se mais forte e participativa. Depois eles não devem deixar de ouvir o que ela que contar. é a maneira de estar presente mesmo estando ausente”.

Visto que as funções da família são: oferecer cuidados e proteção às crianças; dar suporte à evolução da criança; contribuir para a socialização dos filhos em relação aos valores socialmente constituídos; controlá-las e ajudá-las no processo de escolarização e de instrução progressiva em outro âmbito e instruções sociais; dar suporte para as crianças serem pessoas emocionalmente equilibradas, capazes de estabelecer vínculos afetivos satisfatórios e respeitosos com os outros.

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